domingo, 6 de setembro de 2015

Educação infantil: aprendendo matemática

Educação infantil: aprendendo matemática

Um dos objetivos do ensino da matemática deve ser o de desenvolver a capacidade de dedução e não a habilidade para calcular mecanicamente



Linguagem matemática
Um dos objetivos do ensino da matemática deve ser o de desenvolver a capacidade de dedução (raciocínio lógico) e não a habilidade para calcular mecanicamente 
Ainda cedo, a criança faz julgamentos, que é o início do processo de raciocínio. Ela calcula o espaço necessário para passar entre duas cadeiras para apanhar um copo de água sobre a mesa, calcula o quanto deverá levantar a mão para apanhar o copo, quanto de água tem dentro do copo, se quer ou não mais água, o tamanho do copo, em que posição deve colocar o copo para que ele não caia, e assim por diante, em tudo o que faz. Dessa forma, a criança aprende conceitos e habilidades importantes, mesmo antes de iniciar a vida escolar.
“A matemática não deve ser vista pela criança como disciplina ou matéria escolar, mas como uma atividade do pensamento que está em permanente relação com suas atividades diárias na escola, em casa, ou em qualquer outro lugar”, afirmam Luciana Fiel e Eneida Pereira Gondim, professoras do curso Desenvolvimento da Linguagem Matemática, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Um dos objetivos do ensino da matemática deve ser o de desenvolver a capacidade de dedução (raciocínio lógico) e não a habilidade para calcular mecanicamente. Embora a contagem seja importante para a compreensão do próprio conceito de número, aprender números é mais do que contar. Por isso, o conhecimento matemático não pode ser visto como uma simples memorização de fatos.

É importante compreendermos que os números são símbolos que representam graficamente uma quantidade de coisas que poderiam ser representadas de outra forma. Assim, antes de descobrir os números, é importante ajudarmos as crianças: dizer quantos têm, mostrar nos dedinhos e brincar com tudo isso. Também é muito importante que os primeiros contatos da criança com a matemática lhe tragam prazer e que ela tenha a sensação de estar fazendo descobertas interessantes.

Circunstâncias interessantes do dia a dia da pré-escola

- Em um passeio, mencionar os sinais de trânsito, direções e distâncias;
- Quando a criança brinca, mencionar as estimativas, medidas e comparações que ela faz;
- Manter um termômetro de parede na classe;
- Registrar a temperatura do ambiente em um calendário designado para esta atividade;
- Observar o céu e registrar a situação das nuvens a cada dia;
- Elaborar gráficos e estatísticas;
- Fazer contagens regressivas para jogos;
- Fazer divisão para trabalho e brinquedo;
- Selecionar músicas, histórias e jogos, para desenvolver o interesse e uma repetição motivadora dos conceitos apresentados;
- Conceitos quantitativos, tamanhos e formatos contrastantes podem ser utilizados de maneira que pareça informal, mesmo tendo feito parte de um plano feito pelo professor;
- Observações cuidadosas e discussões ensinam à criança muitas palavras quantitativas e seu emprego em situações significativas. Assim, o professor guia a criança para sentir os contrastes e escolher palavras adequadas para expressá-los.

Desenvolvimento das atividades

A proposta de trabalho em Matemática se baseia na ideia de que há um ambiente a ser criado na sala de aula que se caracteriza pela proposição, investigação e exploração de diferentes situações-problema por parte das crianças. A interação entre as crianças, a socialização de procedimentos encontrados para solucionar uma questão e a troca de informações são elementos indispensáveis nas atividades de matemática em todas as fases da escolaridade.

Assim, desde a escola infantil, o desenvolvimento do respeito pelas ideias de todos, a valorização e discussão do raciocínio, das soluções e dos questionamentos das crianças devem ser assegurados pelo professor. Isso gera elementos para a construção de uma comunidade social e intelectual na classe e evidencia a necessidade de muitas oportunidades para o trabalho em grupo, seja em duplas, trios, quartetos ou mesmo a classe toda.

A ação pedagógica em matemática, organizada pelo trabalho em grupos, não apenas propicia troca de informações, mas cria situações que favorecem o desenvolvimento da sociabilidade, da cooperação e do respeito mútuo entre as crianças, possibilitando aprendizagens significativas. Para viabilizar um trabalho assim, as brincadeiras infantis são fundamentais.

Como propor as brincadeiras

Há várias brincadeiras que poderiam ser apresentadas para as crianças de Educação Infantil, tais como as de roda, corda, amarelinha, ou com objetos como bola de gude e boliche. No entanto, elas se diferenciam pelo uso do material ou dos recursos predominantemente envolvidos no ato de brincar. Elas são apresentadas, variando das formas mais simples até as mais complexas, e as de um mesmo tipo não precisam ser esgotadas para se iniciar as de outro.

O importante é que o professor vá selecionando as sugestões de atividades mais adequadas à sua turma, podendo trabalhar com dois tipos de brincadeiras por semana. É importante também que o professor abra espaço para brincadeiras que as próprias crianças ou ele mesmo conheçam ou queiram inventar.

Uma brincadeira não deve ser feita apenas uma vez, sob pena de muitas crianças não terem chance de se apropriar das regras e dos vários aspectos inerentes a ela. Por isso, o professor propõe, semanalmente, a mesma atividade, durante, aproximadamente, quatro a cinco semanas. Em média, esse é o tempo adequado para permitir a compreensão das regras e para a evolução pessoal de cada criança, em relação à atividade como um todo, sem que se cansem da brincadeira.

Entretanto, o professor deve ser muito cuidadoso ao aplicar um jogo ou brincadeira. Os jogos e as brincadeiras devem ser escolhidos e pesquisados com critério e dedicação para que seu real objetivo não se perca. Para as crianças, as brincadeiras possuem como objetivo a recreação e o divertimento. Mas o educador deve sempre ter em mente o objetivo a ser alcançado. Bem planejadas e aplicadas, as brincadeiras auxiliam a criança a despertar seus talentos.


A amarelinha colabora para o desenvolvimento e a memorização da sequência numérica. Foto: reprodução
Uma brincadeira legal: amarelinha

amarelinha é uma brincadeira que desenvolve noções espaciais e auxilia diretamente na organização do esquema corporal, da motricidade e força das crianças. A brincadeira é conhecida também como sapata, macaca, academia, jogo da pedrinha e pula-macaco e constitui-se, basicamente, em um diagrama riscado no chão, que deve ser percorrido, seguindo-se algumas regras preestabelecidas.

A amarelinha é um jogo que:

- Estimula a comparação constante entre as ações dos jogadores;
- Apresenta comparações, que podem estimular anotações gráficas do desempenho de cada um para outras comparações posteriores;
-Exige que os jogadores pesquisem e descubram a quantidade de força que devem usar ao jogar a pedra para acertar o alvo;
- Exige a estruturação dos movimentos corporais, que permitirão as ações de pular no diagrama, o que auxilia o desenvolvimento do raciocínio espacial;
- Colabora para o desenvolvimento e a memorização da sequência numérica.

http://www.cpt.com.br/cursos-educacao-infantil/artigos/educacao-infantil-aprendendo-matematica

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